sábado, 1 de dezembro de 2012
Intolerância
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
A Cultura da Felicidade
Vivemos hoje a sociedade da Felicidade Suprema onde qualquer traço de desconforto é irremediavelmente suprimido via Prozacs e terapia de Habilidades Sociais, tornando o ser humano um sorriso ambulante, um poço de gentilezas.
Por séculos o sofrimento e a tristeza foram relevados como as verdadeiras fontes de aprendizado humano, o caminho pedregoso onde cada um tinha de trilhar para se tornar um individuo mais sábio e melhor. Não hoje.
O individuo só é considerado feliz quando os conflitos são eliminados, temos de ser educados, não discordar ou divergir de nossos semelhantes em atitudes ou pensamentos, cada um pensa o que quiser e ninguém deve discordar, afinal, por que criar conflitos e “afetar a liberdade alheia” colocando suas opiniões?
Somos educados a manter nossos pensamentos guardados, ainda mais quando eles divergem da maioria, da massa, e para acalmar esses sentimentos diferenciados e a angustia que vem com eles, existem uma miríade de remédios e tratamentos, visando colocar uma cobertura sobre tudo aquilo que possa causar sofrimento.
O tratamento de habilidades sociais nos impõe uma maneira certa de agir, de pensar de se comportar, nos enquadrando em um padrão “aceitável”, de boa convivência com a o resto do mundo, mas será que é isso que queremos?
Cooptamos sem pensar, na paz da submissão, a um mundo onde discordamos de quase tudo, mas ainda assim não fazemos nada, apenas observamos o mundo passar sem tocalo, sem vive-lo, espectadores de nossas próprias vidas, com um sorriso no rosto, com qualquer coisa que pudesse ser reconhecida como sentimento guardada seguramente longe do mundo.
Não suportamos mais discutir, buscar um acordo, pois para ser feliz é preciso conhecer a tristeza e para amar é essencial sofrer, mas no momento que o amigo discorda nós o deixamos, no momento que o amor sofre, nos separamos e nunca de maneira alguma buscamos naqueles sentimentos “ruins” o que eles podem nos ensinar, o que podem nos fazer crescer, pois isso só tornaria as coisas ainda mais difíceis.
Quanto mais abertos nossos olhos, mais coisas horríveis podemos ver, quanto maior a consciência do mundo, mas vemos que ele é constituído de dor e sofrimento e fechamos então os olhos, nos tornamos ignorantes ao mundo, vivendo de maneira mais fácil, pois por mais que percamos qualquer possibilidade de mudança e melhora, também nos protegemos desse mundo malvado pronto a nos atacar.
A poesia da vida mingua a cada segundo, pois só conhecemos o azul claro e perdemos todas as outras cores da vida em nossa busca incessante de uma felicidade que não existe, de uma perfeição mentirosa, que nos enganamos existir para que seja possível viver sem olhar o que existe alem e nossos narizes.
Cineminha
Reviravolta esta que ocorreu ao mostrarem o primeiro filme a ser apresentado no festival:
“Como se Fosse Você 2”
Nada contra filmes comerciais, particularmente sou um grande fã de blockbusters e coisas do tipo, mas esse filme ser apresentado como a cara do cinema brasileiro contemporâneo parece ser bastante representativo do momento cultural pelo qual o pais se arrasta.
O Cinema brasileiro em seus primórdios se dividia entre comédias escrachadas e filmes de cunho profundamente sociológico (leia-se Marxista) , criando a imagem do Brasil como um produtor de filmes engajados, o que é o padrão de países de terceiro mundo onde a massa intelectual era composta principalmente por militantes de esquerda.
Claro que são importantes as criticas a esse período, um cinema sociologizante muitas vezes de intenção doutrinaria, que em muitos momentos de perdia em recortes muito específicos da realidade brasileira em busca da divulgação de um ideário politico-social.
Mas ainda assim, mesmo mais recentemente no período de filmes extremamente reacionários politicamente (veja o yin/yang da cinedramaturgia brasileira: Cidade de Deus/Tropa de Elite), ainda assim a tentativa de retratar uma realidade do pais onde vivemos.
Mas como tudo que é sólido se desmancha no ar, de uma hora para outra estamos presos a títulos e mais títulos do que talvez possa ser considerado o gênero mais baixo do cinema: A Comédia Romântica.
Claro que existem exceções, em todos os períodos houveram, em tudo na vida há! A reflexão ainda é valida...O que queremos mostrar para o mundo? Será que nos consideramos tão bem socialmente que podemos apenas sair por ai e perder milhões retratando o nível mais basal da relações humanas?
O que esta acontecendo com a nossa sociedade onde a produção cinematográfica de um pais é representada por “Como se Fosse Você 2” e a onde musical que permeia o meio universitário é o Sertanejo Universitário???(Sei que essa ultima parte não tem nada a ver, mas estou indignado mesmo assim)
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Descaso com a Universidade Publica
Este video autoexplicativo mostra como o dinheiro esta sendo usado nas universidades publicas com fins eleitoreiros.
Agradeço ao CAPSI Bauru e ao Henrique(kpta) por ter tido a iniciativa de montar este ótimo video...
Uma Verdade Dolorosa
http://www.zeitgeistmovie.com/
Sentir apenas, seria muito mais simples...
A pouco me engajei em uma discussão bastante infrutífera com algumas pessoas que defendiam o tal do Amor Livre, nada contra esta idéia em particularmente, mas eles defendiam como sendo a única forma certa de amar, a única humanamente possível. Claramente o ser humano é algo muito simples e padronizado para essas pessoas.
É incrível que mesmo aqueles que muitas vezes se digam a vanguarda do pensamento na sociedade, aqueles libertos de todos os dogmas, continuem buscando uma maneira de enquadrar o sentimento mais humano, ao menos em minha reles opinião.
É no minimo complicado colocar o amor e a paixão em medidas tão simples como casamento, monogamia, poligamia, amor livre ou qualquer outro nome que advenha de culturas ou mesmo do pós-modernismo.
Infelizmente buscamos padrões para tudo, definidos pela nossa cultura, nosso grupo social ou até, na pior das hipóteses, por alguem que escreveu um livro apenas dando sua opinião.
Nos restringimos tanto por isso, e acredite, não estou defendendo de maneira alguma um panamor e uma pansexualidade, por que isso também seria restringir a um tipo de amor as pessoas, ela seriam obrigadas a serem "livres" amorosamente, e é exatamente esse conceito de obrigação e de jeito certo de ser, que estou descordando.
Não seria possível e de alguma maneira tão mais agradável se pudéssemos simplesmente escolher como queríamos nossas vidas e nossos relacionamentos, em total acordo com aqueles pelos quais nos apaixonamos, monogâmico, poligâmico, pangâmico, heteros ou homos, simplesmente deixar a coisa acontecer da maneira que for mais interessante, e viver aquilo intensamente, sem ter que cumprir nenhum tipo de acordo ou dogma que não fosse impostos por aqueles que se amam???
O amor e a paixão são conceitos criados por nós para refletir o que sentimos, e cada um sente do seu jeito e com seus próprios termos, então, vamos nos livrar de tantas besteiras, ser francos e decidir para alem do que qualquer religião ou teoria manda e aproveitar, olhar nos olhos, ser sincero e com consciência do que se faz, viver um pouco.
Em algum momento as pessoas tem que cansar de não serem elas mesmas por causa de ideologias e aproveitar suas vidas com consciência e sinceridade.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
sábado, 27 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
223 Anos de Sodoma
Hoje pensamos a revolução francesa e no iluminismo como um marco distante do inicio da sociedade com a conhecemos, uma história controversa cheia de luta, sangue e filosofia, quando os homens perderam algo para quem rezar e se converteram a Deusa Guilhotina. A Deusa que não decapitava e sim convertia, separando a cabeça do corpo, o racional do emocional, o corpo jogado fora e a cabeça exibida em praça publica, mais uma que agora desprovida de coração pertencia ao ideário da revolução, uma metáfora muito mais severa do que a maioria que possamos imaginar.
Sade pensava sobre a época em que vivia, seu corpo preso na Bastilha, e seus pensamentos presos no Châteaui de Silling, junto ao Duque, ao Bispo, o Juiz e o Banqueiro sobre como seria um mundo "...Sem lei e sem religião, a quem o crime encantava, e onde todos os interesses recaem sobre as paixões...e não existe nada a obedecer alem dos decretos de suas paixões perfidiosas..." .
Texto interessante, temido e proibido em diversos lugares por suas aberrações aos olhos mais sensíveis e mesmo para muitos dos mais resistentes, ele trazia todo o horror de homens sem lei, sucumbindo ao mais profundo da devassidão, onde a moral e a ética não se fundamentavam e pouco a pouco cada degrau do desejo era galgado e com isso cada pedaço da moral se estilhaçava.
Uma obre genial ao meu ver, nem tanto por sua capacidade de causar repulsa ou de quebrar as leis da sociedade, mas alem disso, existe uma critica inversa aqui, uma critica profunda e silenciosa, uma critica que vinha do sangue que escorria dos cadafalsos e guilhotinas, uma critica ao que a própria revolução defendia.Do próprio iluminismo que pretendia com sua critica acabar com as superstições do passado.
Quando olhamos para as idéias daquela revolução gloriosa, podemos pouco nos refletir nela, ela defendia idéias que hoje parecem tão comuns, tão basicas que as tomamos como certas e sem nenhuma periculosidade, por mais que raramente sejam empregadas. Nessa objetividade de propostas recaia um perigo terrível, um perigo pelo qual o homem em sua história,des dos primórdios de suas tribos nunca correu, o perigo de viver sem um por que, sem uma moral, sem uma busca de algo maior, uma liberdade a qual o homem não esta preparado, a de ser livre de sua própria consciência e apenas servir ao seu raciocínio, sem nenhum tipo de grilhão que lhe segure as permissões.
Assim como o Homem Invisível de H.G. Wells ele se despe de toda veste mortal, de todo papel, de todo impedimento, e como os personagens dos 120 dias de Sodoma, eles se revelam e ao longo dos meses vão galgando o mais horrível que o ser humano pode demonstrar. Não por que sejam "maus" ou perversos, mas apenas por que não existe nada que os impeça.
Se torna importante observar a era do racionalismo e da ciência que o dito Iluminismo trouxe quando chegamos finalmente ao dilema ético do grande Por Que???Se é que ele existe, um por que fazemos qualquer coisa que seja socialmente aceitável, correta, ou "bondosa" e não simplesmente sucumbimos ao nosso desejo.
Os homens de Sade sucumbiram para nos mostrar onde o vazio pode nos levar, não sou moralista ou religioso, mas no tempo de questões no uqal vivemos, onde os por ques se diluem a cada segundo, precisamos olhar aqueles homens, a perspectiva racionalista, a Ilustração, e nos perguntarmos até onde queremos ir, até onde vale a pena, o que vale a pena, e o que é ser humano, ou melhor o que nos torna seres humanos e permite que vivamos como tal. Antes que paremos de questionar e simplesmente sigamos sem pensar por onde, obedecendo a uma cabeça sem corpo, um raciocínio puro onde não há sobre o que raciocinar alem de como cumprir as paixões que o corpo pede.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Da Morte que se Morre a cada dia
Andando pelo meu apartamento, tropeço em pedaços da minha pele que troquei pelos anos, assim como os antigos imaginavam que os répteis renasciam ao trocar de pele eu também observei meus restos mortais, restos de pessoas que já fui, de idéias nas quais já acreditei, de pessoas que se foram junto com aquela antiga pele.
Me pego a pensar em um canto soturno e individualista da minha mente que de todas as perdas que tive na vida, todas as mortes e separações, a única que continua a me atormentar com saudades, possibilidades e melancolia são as minhas próprias mortes, mortes de cada período da minha vida onde me despi de alguém que fui e vesti aos poucos uma nova pele de alguém que sou.
Mas sempre volto a relembrar nessas pequenas partes que deixei de mim mesmo, elas são fotos, porcarias, brinquedos, equipamentos, que me trazem as idéias da época, as crenças, as fantasias, os sorrisos e esse conjunto acaba por recordar os ideais e valores, estes que por mais que eu tente matar sempre deixam fantasmas que me atormentam como uma consciência da minha consciência.
E assim por vezes tento chorar e acender velas, por vezes tento reviver aquilo, mas logo noto que é impossível ser aquela pessoa novamente, ela é apenas um corpo oco feito de trejeitos e uma mentalidade ultrapassada.
Caminho por entre estes pequenos túmulos, tentando como todo amigo de falecidos, trazer o que eles tem de melhor e que podem assim me fazer sorrir, mas como todo defunto, sempre fica a nostalgia do que poderia ter sido, e como era melhor quando ele estava lá.
Dos rótulos, quem os coloca e sua auto-gestão
Outro dia ao comentar o filme O Cheiro do Ralo com um amigo ele citou que em um dos personagens era interpretado por um intelectual gay de São Paulo...
Intelectual Gay...
Fico pensando em quanto os rótulos são depositados sobre as pessoas e quanto eles são auto impostos como maneira de se destacar...
Intelectual gay, militante negro, escritor judeu...
Todos os nichos lutaram durante muito tempo para sermos reconhecidos como apenas humanos, independente de quaisquer características.
Mas ainda assim, ser humano acaba por ser muito genérico... Eu me pego pensando o quanto o fato de ser gay, ou qualquer outra minoria, influencia na intelectualidade do individuo e se isso se sobrepõe ao fato que ele fala de assuntos que são interessantes a toda comunidade dos homo sapiens sapiens...
Mas então vem correndo triunfante a questão dos grupos, que antes eram um meio de excluir esses indivíduos também funcionam como uma maneira de se criar um nicho onde estes indivíduos ganhem aceitação imediata, sim, entendendo que isto funciona como um meio de defesa contra preconceitos... infelizmente...é um gerador dos mesmos.
E digo isso por que os rótulos acabam se fixando e reforçando a idéia de que a raça, a cor, a escolha sexual dentre outras características influenciam na humanidade intrínseca do individuo impedindo assim que uma comunidade realmente una possa se formar onde independente de sua idiossincrasias todo sejam humanos.