sexta-feira, 7 de março de 2008

Da Morte que se Morre a cada dia

Andando pelo meu apartamento, tropeço em pedaços da minha pele que troquei pelos anos, assim como os antigos imaginavam que os répteis renasciam ao trocar de pele eu também observei meus restos mortais, restos de pessoas que já fui, de idéias nas quais já acreditei, de pessoas que se foram junto com aquela antiga pele.

Me pego a pensar em um canto soturno e individualista da minha mente que de todas as perdas que tive na vida, todas as mortes e separações, a única que continua a me atormentar com saudades, possibilidades e melancolia são as minhas próprias mortes, mortes de cada período da minha vida onde me despi de alguém que fui e vesti aos poucos uma nova pele de alguém que sou.

Mas sempre volto a relembrar nessas pequenas partes que deixei de mim mesmo, elas são fotos, porcarias, brinquedos, equipamentos, que me trazem as idéias da época, as crenças, as fantasias, os sorrisos e esse conjunto acaba por recordar os ideais e valores, estes que por mais que eu tente matar sempre deixam fantasmas que me atormentam como uma consciência da minha consciência.

E assim por vezes tento chorar e acender velas, por vezes tento reviver aquilo, mas logo noto que é impossível ser aquela pessoa novamente, ela é apenas um corpo oco feito de trejeitos e uma mentalidade ultrapassada.

Caminho por entre estes pequenos túmulos, tentando como todo amigo de falecidos, trazer o que eles tem de melhor e que podem assim me fazer sorrir, mas como todo defunto, sempre fica a nostalgia do que poderia ter sido, e como era melhor quando ele estava lá.

Dos rótulos, quem os coloca e sua auto-gestão

Outro dia ao comentar o filme O Cheiro do Ralo com um amigo ele citou que em um dos personagens era interpretado por um intelectual gay de São Paulo...

Intelectual Gay...

Fico pensando em quanto os rótulos são depositados sobre as pessoas e quanto eles são auto impostos como maneira de se destacar...

Intelectual gay, militante negro, escritor judeu...

Todos os nichos lutaram durante muito tempo para sermos reconhecidos como apenas humanos, independente de quaisquer características.

Mas ainda assim, ser humano acaba por ser muito genérico... Eu me pego pensando o quanto o fato de ser gay, ou qualquer outra minoria, influencia na intelectualidade do individuo e se isso se sobrepõe ao fato que ele fala de assuntos que são interessantes a toda comunidade dos homo sapiens sapiens...

Mas então vem correndo triunfante a questão dos grupos, que antes eram um meio de excluir esses indivíduos também funcionam como uma maneira de se criar um nicho onde estes indivíduos ganhem aceitação imediata, sim, entendendo que isto funciona como um meio de defesa contra preconceitos... infelizmente...é um gerador dos mesmos.

E digo isso por que os rótulos acabam se fixando e reforçando a idéia de que a raça, a cor, a escolha sexual dentre outras características influenciam na humanidade intrínseca do individuo impedindo assim que uma comunidade realmente una possa se formar onde independente de sua idiossincrasias todo sejam humanos.

terça-feira, 4 de março de 2008

Livro que estou lendo...

Como deveria ser a vida dos Queridos Amigos no mundo real...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Filme que recomendo


Um ótimo filme!E olha que não sou fã de cinema brasileiro...
História psicológica muito bem executada, tinha que ser idéia do Mutarelli...