segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Boas leituras vem em diversas formas!



Por um mundo um pouco mais cínico, e mais cheio de verdades...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Cultura da Felicidade

O que aconteceu com o Sofrimento e a Raiva, a Tristeza e o ódio? Por que de uma hora para outra esses sentimentos deixaram de ser naturalmente humanos?
Vivemos hoje a sociedade da Felicidade Suprema onde qualquer traço de desconforto é irremediavelmente suprimido via Prozacs e terapia de Habilidades Sociais, tornando o ser humano um sorriso ambulante, um poço de gentilezas.
Por séculos o sofrimento e a tristeza foram relevados como as verdadeiras fontes de aprendizado humano, o caminho pedregoso onde cada um tinha de trilhar para se tornar um individuo mais sábio e melhor. Não hoje.
O individuo só é considerado feliz quando os conflitos são eliminados, temos de ser educados, não discordar ou divergir de nossos semelhantes em atitudes ou pensamentos, cada um pensa o que quiser e ninguém deve discordar, afinal, por que criar conflitos e “afetar a liberdade alheia” colocando suas opiniões?
Somos educados a manter nossos pensamentos guardados, ainda mais quando eles divergem da maioria, da massa, e para acalmar esses sentimentos diferenciados e a angustia que vem com eles, existem uma miríade de remédios e tratamentos, visando colocar uma cobertura sobre tudo aquilo que possa causar sofrimento.
O tratamento de habilidades sociais nos impõe uma maneira certa de agir, de pensar de se comportar, nos enquadrando em um padrão “aceitável”, de boa convivência com a o resto do mundo, mas será que é isso que queremos?
Cooptamos sem pensar, na paz da submissão, a um mundo onde discordamos de quase tudo, mas ainda assim não fazemos nada, apenas observamos o mundo passar sem tocalo, sem vive-lo, espectadores de nossas próprias vidas, com um sorriso no rosto, com qualquer coisa que pudesse ser reconhecida como sentimento guardada seguramente longe do mundo.
Não suportamos mais discutir, buscar um acordo, pois para ser feliz é preciso conhecer a tristeza e para amar é essencial sofrer, mas no momento que o amigo discorda nós o deixamos, no momento que o amor sofre, nos separamos e nunca de maneira alguma buscamos naqueles sentimentos “ruins” o que eles podem nos ensinar, o que podem nos fazer crescer, pois isso só tornaria as coisas ainda mais difíceis.
Quanto mais abertos nossos olhos, mais coisas horríveis podemos ver, quanto maior a consciência do mundo, mas vemos que ele é constituído de dor e sofrimento e fechamos então os olhos, nos tornamos ignorantes ao mundo, vivendo de maneira mais fácil, pois por mais que percamos qualquer possibilidade de mudança e melhora, também nos protegemos desse mundo malvado pronto a nos atacar.
A poesia da vida mingua a cada segundo, pois só conhecemos o azul claro e perdemos todas as outras cores da vida em nossa busca incessante de uma felicidade que não existe, de uma perfeição mentirosa, que nos enganamos existir para que seja possível viver sem olhar o que existe alem e nossos narizes.

Como Seria Bom Se Todos os Jornalistas Fossem Assim...

Cineminha

No jornal da manhã vi uma noticia bastante interessante sobre um festival de cinema brasileiro que ocorre nos EUA uma vez por ano. No primeiro momento fiquei até animado em ver que existem espaços se construindo onde podemos expor a produção artística brasileira no exterior, mas como sempre, houve uma reviravolta para pior.
Reviravolta esta que ocorreu ao mostrarem o primeiro filme a ser apresentado no festival:

“Como se Fosse Você 2”

Nada contra filmes comerciais, particularmente sou um grande fã de blockbusters e coisas do tipo, mas esse filme ser apresentado como a cara do cinema brasileiro contemporâneo parece ser bastante representativo do momento cultural pelo qual o pais se arrasta.
O Cinema brasileiro em seus primórdios se dividia entre comédias escrachadas e filmes de cunho profundamente sociológico (leia-se Marxista) , criando a imagem do Brasil como um produtor de filmes engajados, o que é o padrão de países de terceiro mundo onde a massa intelectual era composta principalmente por militantes de esquerda.
Claro que são importantes as criticas a esse período, um cinema sociologizante muitas vezes de intenção doutrinaria, que em muitos momentos de perdia em recortes muito específicos da realidade brasileira em busca da divulgação de um ideário politico-social.
Mas ainda assim, mesmo mais recentemente no período de filmes extremamente reacionários politicamente (veja o yin/yang da cinedramaturgia brasileira: Cidade de Deus/Tropa de Elite), ainda assim a tentativa de retratar uma realidade do pais onde vivemos.
Mas como tudo que é sólido se desmancha no ar, de uma hora para outra estamos presos a títulos e mais títulos do que talvez possa ser considerado o gênero mais baixo do cinema: A Comédia Romântica.
Claro que existem exceções, em todos os períodos houveram, em tudo na vida há! A reflexão ainda é valida...O que queremos mostrar para o mundo? Será que nos consideramos tão bem socialmente que podemos apenas sair por ai e perder milhões retratando o nível mais basal da relações humanas?
O que esta acontecendo com a nossa sociedade onde a produção cinematográfica de um pais é representada por “Como se Fosse Você 2” e a onde musical que permeia o meio universitário é o Sertanejo Universitário???(Sei que essa ultima parte não tem nada a ver, mas estou indignado mesmo assim)