quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Da banalidade do mundo moderno...

É difícil expressar quanto o que vemos é uma representação em um microcosmo do que acontece com toda sociedade...

Hoje foi um desses dias no qual me sinto mudo diante de uma coisa que não é especificamente triste, mas cheia de uma angústia, silenciosa, inominável, moldada pela nostalgia fantasiosa de quando se acredita que em algum momento no tempo passado as coisas foram melhores, mais... Completas...

Observei de uma esfera distante os jovens que perdidos se inscreviam para o tão sonhado curso em uma faculdade pública, e seus olhos mais perdidos ainda quando saiam com sua vaga garantida e em vez de enfrentarem tintas e confetes enfrentavam multidões de mãos ávidas tentando lhes vender kits, camisetas, marcas, rótulos e tantas outras quinquilharias...

Funcionários armados de uniformes, caras feias e ameaças patrulhavam os inocentes de modo que nenhum veterano corruptor pudesse lhes manchar as roupas, gritar com eles ou lhes ameaçar com nomes ofensivos como bixo ou calouro...

E eles andavam a esmo, rondados por pais mais perdidos que eles que também pediam por um rito de passagem, um grito de festa, confetes alegria e carnaval, alguém que lhes chacoalhasse e lhes dissessem que uma fase havia passado e agora eles eram uma minoria de menos de 5% da população e que uma nova fase completamente diferente da vida começava, fase que inicia a árdua escalada em direção a vida adulta...

Mas nada, um marasmo, uma solidão no meio do deserto do novo, rotulados e encaminhados ao seu cerco eles caminham em direção ao abandono e ao tecnicismo, perdidos, deslizando pelo fluxo de todo o resto daqueles que adormecidos, obnubilados caminham em direção ao vazio...

Esta é uma discussão elitista e niilista, mas ao menos serve como representação do que vi hoje...

Merecia ser dito...

Um comentário:

A. Diniz disse...

Em outras palavras: "Trote Solidário de Cu é Rola". E eu concordo completamente - a cada ano que passa, o Ensino "superior" está ficando cada vez mais classe mérdia, mais politicamente correto. Ergo, mais "franga".